segunda-feira, 19 de julho de 2010

Fadiga Muscular

A professora Elke Oliveira, graduada em educação física pela UnB, Pós-graduada em Musculação e Treinamento de Força pela Gama Filho e em Fisiologia do Exercício pela Veiga de Almeida, escreveu um texto sobre fadiga muscular em 15 de abril de 2008, aqui vão alguns trechos interessantes,e o link para o artigo na íntegra:
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"A fadiga muscular pode ser definida como a incapacidade do músculo esquelético em gerar elevados níveis de força ou manter esses níveis por um determinado tempo (Ascensão, 2003; Davis & Bailey, 1997; Enoka & Stuart 1992; Green, 1997).".
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"Algumas causas sugeridas para fadiga muscular são: a) alterações no pH; b) modificações na temperatura; c) alterações do fluxo sanguíneo; d) acúmulo de subprodutos do metabolismo celular, particularmente dos resultantes da hidrólise do trifosfato de adenosina (ATP); e) acúmulo de lactato e íons de hidrogênio (Ascensão, 2003; Fitts, 1994) f) processos da utilização e ressíntese de creatina fosfato (Harris et al., 1976; Lambert & Flynn, 2002; Sahlin & Ren, 1989); g) perda da homeostase do íon de Ca2+; h) cinética de alguns íons nos meios intra e extra celulares (K+, Na+, Cl-, Mg2+); i) lesão muscular, principalmente a induzida pelo exercício com predominância nas contrações excêntricas; e j) estresse oxidativo (Ascensão, 2003). Cogita-se, igualmente, a ocorrência de fenômenos relacionados ao recrutamento das fibras musculares (Kay et al., 2000). Esses fatores resultam em alterações no processo excitação-contração-relaxamento...".
"De acordo com esta relação, a fadiga pode ser dividida em central e periférica (Santos et al., 2003).".

Fadiga Central

"A fadiga central é caracterizada por falha na condução do impulso nervoso promovendo redução no número de unidades motoras (UM) ativas e diminuição na freqüência de disparos dos motoneurônios (Sunnerhagen et al., 2000). Parte desse processo é relacionada aos neurotransmissores...".
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"Além dos neurotransmissores, parece que o metabolismo da amônia (NH3) também pode influenciar a fadiga central, por causar alterações tanto no metabolismo energético quanto nas funções neurológicas. Um acúmulo de NH3 no cérebro pode prejudicar a coordenação, controle motor e sistema oxidativo local (Banister & Cameron, 1998).".

Fadiga Periférica

"A fadiga periférica apresenta falha ou limitação de um ou mais componentes da unidade motora (motoneurônios, nervos periféricos, ligações neuromusculares ou fibras musculares). Caracteriza-se pela deterioração dos processos bioquímicos e contrateis do músculo, sendo a depleção dos substratos energéticos (Santos et al., 2003) e o acúmulo de metabólitos (Jacobs et al., 1981) os mais citados na literatura.".
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"As alterações na capacidade de liberação ou captação de cálcio também são apontadas como fatores que afetam a fadiga.(...)".
"Durante o exercício de alta intensidade e curta duração, a dissociação do lactato resulta no aumento das concentrações dos íons de hidrogênio (H+) e conseqüente diminuição do pH, ocasionando a acidose metabólica, comumente considerada um dos causadores da fadiga (Foss & Keteyian, 2000; MacArdle et al., 2002)."
"Por último, é importante informar que o aumento nas concentrações de íons de potássio (K+) em conseqüência do seu movimento para o exterior de célula durante o potencial de ação, tem sido indicado como um dos fatores responsáveis pela fadiga durante o exercício intenso de curta duração (Juel et al., 1990). Isso ocorre por resultar na incapacidade de manter o gradiente iônico em torno da membrana sarcoplasmática das fibras musculares e pela falência conjunta ou isolada da bomba de sódio e potássio, responsável pela recaptação do K+ do espaço extracelular para o interior da célula (McKenna, 1992).
Assim, a fadiga mediante mecanismos periféricos baseia-se em associações da depleção de substratos energéticos e produção de metabólitos, eventos que atuam na liberação de cálcio, e nos processos intracelulares que influenciam no funcionamento do sistema nervoso periférico."

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